Manaus — A adolescente Izabele Dinelly Martins, de 15 anos, foi encontrada morta com sinais de agressão em Manaus, após cinco dias desaparecida. Natural do município de Maués, Izabele estava na capital amazonense para passar as férias escolares na casa da tia, no bairro Santo Agostinho, Zona Oeste da cidade.

Segundo familiares, a jovem saiu da residência na noite de sexta-feira (25), após solicitar um carro por aplicativo. Ela informou que iria até o bairro Cidade Nova, na Zona Norte, buscar um carregador de celular na casa de um amigo. A última mensagem enviada por Izabele foi às 23h30, perguntando à tia se ela ainda estava em casa. Desde então, não houve mais contato.

Corpo foi encontrado com sinais de violência

Na madrugada de sábado (26), por volta das 5h30, Izabele foi levada ao Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, na Zona Leste, com múltiplos sinais de agressão física. Ela apresentava hematomas, escoriações e lesões graves na cabeça. A adolescente não resistiu aos ferimentos e morreu no domingo (27), às 11h30.

O corpo permaneceu no Instituto Médico Legal (IML) até quarta-feira (30), quando foi oficialmente reconhecido pela família. O laudo médico apontou como causa da morte traumatismo cranioencefálico e hemorragia intracraniana. Há relatos de que parte do cabelo da jovem foi arrancado, o que reforça a suspeita de violência extrema.

Polícia investiga possível feminicídio

O caso, inicialmente registrado na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), passou a ser investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). A Polícia Civil do Amazonas trabalha com a hipótese de feminicídio, dada a brutalidade das agressões.

Dois rapazes foram mencionados pela família como pessoas que tiveram contato com Izabele na noite do desaparecimento. Um deles teria deixado a adolescente em uma área da Zona Oeste, onde ela afirmou que seguiria sozinha. Ambos devem ser ouvidos pela polícia nos próximos dias.

Comoção e pedido por justiça

A morte de Izabele gerou forte comoção em Maués, sua cidade natal, e nas redes sociais. Familiares e amigos cobram justiça e pedem que o caso não seja esquecido. “Ela estava muito machucada. Não pode ser mais uma vítima ignorada. Queremos respostas e justiça”, disse um parente à imprensa local.

O corpo da adolescente será sepultado em Maués, onde a família organiza uma cerimônia de despedida marcada pela dor e indignação