Bolsonaro é obrigado a usar tornozeleira eletrônica.

Brasil — O ex-presidente Jair Bolsonaro se tornou alvo, nesta terça-feira (18), de mais uma operação da Polícia Federal autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação resultou na imposição de medidas cautelares severas, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e a proibição de acessar redes sociais ou manter contato com aliados políticos e diplomáticos.

Mandados e investigação

A PF realizou buscas em Brasília e no Rio de Janeiro, apreendendo valores em espécie, celulares e dispositivos eletrônicos. Entre os itens recolhidos, agentes encontraram cerca de US$ 14 mil e R$ 8 mil guardados no armário da residência oficial, além de um pen drive escondido em uma área de serviço.

A operação é um desdobramento das investigações sobre uma suposta articulação para obstruir processos judiciais e coagir testemunhas, além da tentativa de construção de uma narrativa internacional, segundo fontes ligadas à Procuradoria-Geral da República (PGR).

As medidas cautelares

Por determinação do STF, Bolsonaro deve cumprir:

– Recolhimento domiciliar entre 19h e 7h, inclusive aos fins de semana
– Uso permanente de tornozeleira eletrônica
– Proibição de acessar redes sociais, como Instagram, Facebook, X (antigo Twitter) e TikTok
– Proibição de contato com outros investigados, incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos

A decisão do ministro Moraes cita “indícios concretos de possível *fuga do país” e “risco à ordem pública”, com base em recentes movimentações diplomáticas do ex-presidente.

A defesa de Jair Bolsonaro classificou as medidas como “exorbitantes” e afirmou que o ex-presidente sempre se colocou “à disposição da Justiça”. O Partido Liberal (PL), sigla à qual Bolsonaro é filiado, emitiu nota dizendo que a operação representa “um ataque à democracia e ao devido processo legal”.

Já membros da oposição reagiram com cautela. Parlamentares da Frente Parlamentar pela Democracia declararam que as medidas são “necessárias para preservar a integridade das instituições brasileiras”.

Desdobramentos internacionais

Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente, criticou a decisão em uma transmissão ao vivo nos EUA, chamando-a de “perseguição política”. A embaixada brasileira em Washington afirmou que “acompanha os desdobramentos com atenção, mas que não interfere em decisões judiciais”.

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