Parintins — A movimentação intensa nos arredores do Bumbódromo ganhou um novo capítulo no sábado (22), quando uma operação conjunta entre o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) e a Polícia Militar desmontou as tradicionais filas formadas por torcedores dos bois Caprichoso e Garantido, às vésperas do Festival Folclórico de Parintins.

A ação, realizada com apoio da Prefeitura de Parintins, teve como objetivo coibir a ocupação irregular do espaço público, combater a venda ilegal de lugares na arena e garantir acessibilidade e segurança aos participantes do evento. As tendas, cadeiras e outros objetos utilizados na reserva informal de espaços foram removidos.

Segundo o MP-AM, a ocupação antecipada do entorno do Bumbódromo — prática comum entre os fãs mais fervorosos dos bois — não possuía respaldo legal. A partir deste ano, fica permitida a formação de filas apenas a partir das 10h do dia 27 de junho, data de abertura oficial do festival. O material recolhido poderá ser retirado na sede da Secretaria Municipal de Terras até 15 de julho.

A montagem das tendas de apoio também ficará sob responsabilidade exclusiva da empresa contratada pela organização do evento, com início previsto para 25 de junho. Até lá, fiscais da prefeitura manterão vigilância constante* para assegurar o cumprimento das normas.

A medida gerou críticas entre os torcedores, especialmente os integrantes das “galeras” — como são chamadas as torcidas organizadas dos bois. Para muitos, o acampamento antecipado representa mais do que a busca por um bom lugar: é uma manifestação de amor e dedicação à tradição.

“Não estamos aqui para vender lugar, mas por paixão. Ficar dias na fila é parte da experiência do festival”.

Maria Cristina Rocha, torcedora do Garantido.

Apesar da insatisfação, o MP-AM reiterou que o novo modelo busca garantir maior equidade no acesso às arquibancadas e preservar a integridade do evento.

Com início programado para o fim de junho, o Festival Folclórico de Parintins deve atrair milhares de visitantes. Segundo a Secretaria de Cultura do Amazonas, a expectativa é de que o evento movimente mais de R$ 100 milhões na economia local, com impacto direto no turismo, comércio e geração de empregos.