Nível do Rio Negro ultrapassa marca crítica

Manaus – O nível do Rio Negro ultrapassou, na segunda-feira (30), a marca de 29,02 metros, atingindo a chamada cota de inundação severa, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB). Apesar de ainda estar abaixo do recorde histórico registrado em 2021 (30,02m), a cheia já causa impactos significativos na capital amazonense e em diversos municípios do interior.

Situação atual

– A medição foi registrada no Porto de Manaus, referência oficial para as cheias na região.
– Segundo o SGB, a elevação segue de forma gradual, com uma média de 1 centímetro por dia.
– A previsão aponta que o nível não deve ultrapassar a cheia recorde de quatro anos atrás, mas os impactos já são considerados severos.

População afetada

De acordo com a Defesa Civil do Amazonas:
– Mais de 131 mil famílias foram atingidas direta ou indiretamente pela cheia.
– O número total de pessoas afetadas supera 525 mil em todo o estado.
– 40 municípios já decretaram situação de emergência, enquanto outros 18 estão em alerta.
– Apenas 4 cidades permanecem em estado de normalidade.

Em Manaus, bairros ribeirinhos como Educandos, São Raimundo e Presidente Vargas sofrem com ruas alagadas. Moradores relatam dificuldade de locomoção e reivindicam a instalação de passarelas de madeira — as populares “marombas” — para facilitar o acesso às casas.

“Todo ano é a mesma coisa. Já estamos acostumados com a água invadindo a porta, mas nunca recebemos ajuda na hora certa”, Raimundo Silva, morador do bairro São Raimundo.

A Prefeitura de Manaus informou que equipes da Defesa Civil Municipal estão atuando com ações emergenciais e distribuição de cestas básicas, kits de higiene e lonas para as famílias em áreas mais críticas.

O cenário no interior do estado é igualmente preocupante. Municípios como Itacoatiara, Parintins e Anamã enfrentam inundações severas. Em Anamã, por exemplo, 100% do perímetro urbano está coberto pela água, e as atividades escolares foram suspensas por tempo indeterminado.

Monitoramento contínuo

O SGB segue monitorando o nível do rio diariamente. A expectativa é de que o pico da cheia ocorra até meados de julho. Enquanto isso, órgãos de defesa civil reforçam o apelo para que a população das áreas de risco busque abrigos seguros e siga as recomendações das autoridades locais.

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