São Paulo – Dois homens foram presos na manhã de quarta-feira (17) em Ilhabela (SP), suspeitos de tentar comprar um recém-nascido em Manacapuru. Luiz Armando dos Santos, de 40 anos, e Wesley Fabiano Lourenço, de 38, responderão por adoção ilegal e associação criminosa.

A prisão preventiva do casal foi decretada pela Justiça do Amazonas, após pedido do Ministério Público, que recorreu da soltura inicial feita durante audiência de custódia. Ambos se apresentaram à Polícia Civil de São Paulo e foram conduzidos à delegacia local.

Segundo a polícia, Luiz e Wesley estiveram em Manacapuru desde junho, acompanhando de perto a gestação de uma mulher de 31 anos. Ela teria feito um acordo para entregar o bebê em troca de R$ 500, valor supostamente destinado a pagar uma dívida com um agiota.

A negociação foi intermediada por José Uberlane Pinheiro de Magalhães, conhecido como “Sabão”, proprietário de uma lanchonete na cidade. Ele também está preso por envolvimento no esquema.

O parto ocorreu no hospital da cidade e foi acompanhado por Wesley, que apresentou a Declaração de Nascido Vivo (DNV) na tentativa de registrar o bebê como filho. No entanto, funcionários desconfiaram da situação e acionaram as autoridades.

O casal estava com enxoval completo, carrinho de bebê e um carro alugado, demonstrando a intenção de levar a criança imediatamente após a alta médica.

A criança recebeu alta no domingo (13) e foi acolhida por uma instituição de proteção à infância, sob acompanhamento do Conselho Tutelar de Manacapuru.

A Polícia Civil do Amazonas investiga se o caso está ligado a uma rede clandestina de adoções que atua entre o estado e São Paulo. Há suspeitas de que outras pessoas estejam envolvidas, incluindo uma mulher residente em São Paulo que teria atuado na captação de interessados.

A Corregedoria-Geral de Justiça do Amazonas foi acionada para apurar os motivos da soltura inicial do casal, que gerou críticas de promotores e autoridades da infância.