
Trabalhadora é resgatada após 22 anos em regime de escravidão
Manaus – Uma operação coordenada por órgãos de fiscalização do trabalho resgatou, na última semana, uma mulher de 34 anos que vivia há mais de duas décadas em condições degradantes em uma residência localizada no bairro Ponta Negra, zona oeste de Manaus. A vítima começou a trabalhar aos 12 anos sob a promessa de estudo e melhores oportunidades, mas nunca teve carteira assinada, salário fixo ou acesso à educação.
A investigação revelou que a trabalhadora realizava serviços domésticos e ajudava na produção de doces vendidos pelos empregadores. Em troca, recebia apenas comida, moradia precária e quantias esporádicas de dinheiro. Relatos indicam que, em alguns períodos, a vítima trabalhava descalça e sem acesso a produtos básicos de higiene.
O resgate foi conduzido por uma força-tarefa que envolveu o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Federal (PF) e Defensoria Pública da União (DPU). Após deixar o local, a mulher recebeu atendimento psicossocial e foi reintegrada à sua família biológica.
Os responsáveis pela exploração poderão responder por manter uma pessoa em condição análoga à escravidão, crime previsto no artigo 149 do Código Penal brasileiro. Além disso, a vítima deverá receber indenização pelos anos de trabalho sem remuneração adequada.
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Desde 1995, mais de 65 mil trabalhadores já foram resgatados de situações semelhantes no Brasil. Denúncias sobre trabalho análogo à escravidão podem ser feitas de forma anônima pelo Sistema Ipê, plataforma do governo federal em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
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